Mostra realizada pela Fundação Aperam Acesita exibe peças de cerâmica e bordado, além foto dos artesãos e do processo de criação da peças
As belezas do artesanato do Vale do Jequitinhonha são tema na Exposição Retratos, Artesanatos e Saberes do Jequitinhonha, lançada na última sexta-feira (10/05), no Centro Cultural da Fundação Aperam Acesita. A mostra apresenta o tradicional artesanato do Vale do Jequitinhonha por meio que registram os artesãos, a arte e o processo de criação das peças. Visitação gratuita, de segunda a sexta, de 8h30 as 11h e de 13h às 17h.
A exposição é realizada pela Aperam South America, Aperam BioEnergia e Fundação Aperam Acesita e traz peças em cerâmica, como artigos decorativos e utilitários, além de colchas, capas de almofadas, toalhas de mesa, jogos americanos bordados para casa. O fotógrafo Nilmar Lage assina as fotografias que registram o processo de criação do artesanato.
“Nesta edição, ampliamos a exposição para apresentar os artistas que produzem as peças que trazemos para o Vale do Aço todos os anos. O fazer do artesanato também é um processo riquíssimo, que valoriza as obras que deram ao Vale do Jequitinhonha o reconhecimento de Patrimônio Imaterial de Minas Gerais”, revela Kelly Soares, coordenadora de projetos da Fundação Aperam Acesita.
O aposentado José Jones de Oliveira veio de Ipatinga para, mais uma vez, prestigiar a exposição do Vale do Jequitinhonha. Sempre que a exposição vem para o Vale do Aço, ele faz questão de visitar e adquirir peças para sua casa e para presentear. “Sou fanático por arte. E o artesanato do Vale do Jequitinhonha tem autenticidade e simplicidade, fala muito sobre nossas raízes. Tem uma importância muito grande darmos valor e comprar as peças que vão contribuir com a renda dos artesãos”, defende.
Visibilidade
As peças feitas pela artesã Lindaura Pereira Santos Cordeiro, da Associação de Artesãos de Veredinha – Artever, já fizeram sucesso em rede nacional e agora estão em exibição na galeria da Fundação Aperam Acesita. “Faço artesanato desde os nove anos de idade. Aprendi com minha avó. Já fiz o arraiolo e trabalho hoje com o ponto cruz no tecido de tear. Vendo meus produtos pela internet e já vendi uma colcha para a Rede Globo, que foi usada nas novelas ‘Quanto mais vida melhor’ e ‘Pantanal’. Expor na Fundação Aperam é sempre uma honra, pois ajuda na visibilidade do nosso trabalho”, comenta.
“Quando tive meu primeiro filho, o artesanato foi uma forma de ter renda. Aprendi a fazer peças em cerâmica por necessidade e hoje faço por que gosto. Sou realizada. Na minha família, eu e minha irmã e nora, que é filha de artesã, também fazem artesanato”, conta Georgina Gomes Pereira, artesã da Associação dos Artesãos dos Lavradores e Artesãos de Campo Alegre, de Turmalina.